segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Não, não e não!

A minha alma não ficou nas trevas,
Apenas por lá passou...
A réstia de esperança que nela ficou
Apenas se esconde dos perigos
Que a continuam a aterrorizar.
Por ela, resisti a intempéries sem fim...
Regresso à cabana por nós construída à beira-rio,
Rio rebelde, de águas revoltas,
Apenas para disfrutar e reflectir...
Trazer à memória bons momentos, apenas.
À noite, no baloiço do alpendre, olho as estrelas
Que me contam histórias e me fazem sorrir.
De manhã, sento-me na margem do rio,
Sentindo a frescura das suas águas em meus pés.
Não me atrevo a nele mergulhar:
Receio na sua corrente deixar-me levar...
Não, não e não! Não voltarei a sentir
A envolvência das suas águas misteriosas!
Resisto à tentação, luto contra a vontade
Contra conclusões empíricas, pensando que,
Desta vez, poderei ser feliz... Não, não e não!
Ficarei na margem do rio, olhando,
Admirando os reflexos do sol, inquietos,
Tão cheios de esperança... com uma vida tão curta!
Quando o Sol desce para beijar o vale,
Recolho, mais uma vez, à cabana fria,
Vazia, desde o dia em que partiste.
E aguardo a noite, ansiosa,
Para que as estrelas me façam companhia
E me façam,mais uma vez, sorrir.

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