sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Vem buscar-me, finalmente!

O veneno que fizeste penetrar em mim
E percorrer celeremente as minhas veias
Atingiu a meta, arrancou-me a vida,
A vida que um dia eu tanto prezei...
Já não ambiciono percorrer a estrada
Que me levaria a lugares misteriosos e belos,
Percorro agora um caminho tortuoso, nas trevas
Que me leva a lugar nenhum... Não!
Já não tenho meios com que lutar,
Nem, tão pouco, um fim para alcançar.
Deixei a vida, deixei de amar
Para, finalmente, a morte me levar.
Sem razões para olhar para trás e ver,
Sem nada nem ninguém para lamentar
Ter deixado de ver, sentir, beijar, abraçar...
Ninguém chorará a minha morte
Que, de tão estúpida, não tem razão de ser.
A minha vida é arrancada pela raíz
À Terra-mãe que a viu nascer, para que
Jamais alguém como eu possa renascer.
Semente maldita que foi irradicada,
Pois semente maldita não é desejada!
Injecção, veneno, morte letal,
Vem buscar-me, finalmente!

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