segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Alma minha

Pensei em não voltar a ver a luz do sol,
Como sinal de que me encontrava vivo.
Não vivo de coração e mente a funcionar,
Mas sim vivo de alma, plena de sentimentos.
Voltar a sentir, foi renascer,
Voltar a abrir os olhos e vê-la a meu lado;
Estender o meu braço, sentir a sua pele,
Macia como a de um bebé;
Ouvir os seus suspiros, ver os seus sorrisos, sonhando
O perfil do seu corpo feminino debaixo dos lençóis,
Deixando-me mergulhar no rio de águas puras
E corrente forte do seu olhar
Ah, como é bom deixar-me ir na corrente
Até ao seu estuário, onde posso sentir a sua luta
Pela entrada no oceano, cheio de mistérios e perigo
E gritar com toda a força dos meus pulmões,
Incitando a sua coragem, dando-lhe força,
Toda a força que ela precisa para seguir em frente.
Sigo-a no seu destino desconhecido,
Porque, desde o dia em que a vi dançar na areia,
Deixaram de existir dois caminhos solitários:
O seu é o meu também: somos, agora, um só ser,
Seguindo um só caminho, iluminado pelo amor,
Aberto pela coragem e pela força da alma
E não será a paragem de um coração, a morte de um corpo
Que nos vai separar: estaremos sempre lado a lado...
Sente-me como eu te sinto, alma minha!

1 comentário:

Marcos Santos disse...

Pronúnciei as palavras que senti,
No amâgo sentido do ser
Do equilibrio com que me premiti
Viver na consciência do querer,
Espandido pelos poemas que fiz
Nas frases que escrevi a correr
Como pedaços de mim de aprendiz,
Fiz sonetos com que me cobri.

Jaz na aurora seguinte,
Fez-se luz do Sol anunciado
Que me cobriu da alma um pedinte
Que se havia proclamado.
Fundiu-se a chama da vida,
Do abraço estimulado
Num sentimento contraido na alma crivado.